RETIRADO DO LIVRO:
CHEVALIER, J. & GHEERBRANT, A.. - Dicionário de Símbolos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1997, 11ª ed, págs. 757-8.
"É o número da espera, da preparação, da provação ou do castigo. Sem dúvida, o primeiro aspecto é o que menos se conhece, embora seja, ao mesmo tempo, o mais importante. Pode-se dizer que os escritores bíblicos marcam a história da salvação, dotando os acontecimentos principais com este número; ele caracteriza assim as intervenções sucessivas de Deus, que se invocam uma à outra. Como Saul, Davi reina quarenta anos (II Samuel, 5, 4); Salomão igualmente (I Reis, 11, 42). A aliança com Noé acompanha os quarenta dias do dilúvio; Moisés é chamado por Deus aos quarenta anos; ele passa quarenta dias no cume do Sinai. Jesus prega por 40 meses; o ressuscitado aparece a seus discípulos durante os quarenta dias que precedem a Ascensão (Atos, 1, 3). Muitas vezes a tônica recai também sobre o aspecto de provação ou de castigo: os hebreus infiéis são condenados a errar quarenta anos no deserto (Números, 32, 13). Quarenta dias de chuva punem a humanidade pecadora (Gênesis, 7, 4). Representando a nova humanidade, Jesus é conduzido ao Templo quarenta dias depois de seu nascimento, sai vitorioso da tentação, experimentada durante quarenta dias (Mateus, 4, 2 e similares), e ressuscita depois de 40 horas de permanência no sepulcro. Segundo R. Allendy (ALLN, 385), este número marca a realização de um ciclo, de um ciclo, entretanto, que deve chegar, não a uma simples repetição, mas a uma mudança radical, uma passagem a uma outra espécie de ação e de vida. É assim que o Buda e o Profeta teriam começado sua pregação com 40 anos; a quaresma, preparação para a ressurreição pascal, dura 40 dias. Entre os africanos, principalmente os peúles, os funerais duram 40 noites, quando um boi ultrapassa 21 anos e um homem 105 anos. Entre os bambaras, oferecem-se em sacrifício 40 cauris, 40 cavalos, 40 bois, para a iniciação suprema do Kamo. A expressão 2 vezes 40 significa cem (HAMK, 23) ou o quase inumerável. Este número desempenhou um papel bem particular nos rituais fúnebres de um grande número de povos. É com efeito o número de dias necessários para que os restos mortais sejam considerados como definitivamente desembaraçados de qualquer corpo vivo, por mais sutil que seja, isto é, de todas as suas almas. Segundo essas crenças, como um morto só está totalmente morto no final desse prazo, a cerimônia deste dia, a quarentena, é a que suspende as últimas proibições do luto; é o término do período de resguardo. É também nesse momento que se efetuam os ritos de purificação, e só nessa data os parentes do defunto ficam livres de toda obrigação a seu respeito. É o lapso de tempo necessário para desenterrar o cadáver, limpar os ossos e colocá-los no seu lugar definitivo, para os povos que têm o costume de um enterro secundário, o que se verifica especialmente entre os índios da América equatorial. Entre os altaicos, é nesse dia que a viúva pronuncia a fórmula ritual: "Agora, eu te abandono", o que a torna livre para contrair segundas núpcias. É também o dia em que se faz a purificação da iurta (HARA, 227-228). O costume da quarentena provém dessa crença, segundo a qual o número quarenta simboliza um ciclo de vida ou de não-vida. Jean-Tacques Rousseau diz dos quarenta anos: *É a meu ver a idade mais conveniente para reunir todas as qualidades que devem existir num homem público. O direito feudal francês possuía a quarentena do Rei, espaço de quarenta dias estabelecido por Luís IX, durante o qual o ofendido não podia vingar sua injúria.*" ==========================
"É o número da espera, da preparação, da provação ou do castigo. Sem dúvida, o primeiro aspecto é o que menos se conhece, embora seja, ao mesmo tempo, o mais importante. Pode-se dizer que os escritores bíblicos marcam a história da salvação, dotando os acontecimentos principais com este número; ele caracteriza assim as intervenções sucessivas de Deus, que se invocam uma à outra. Como Saul, Davi reina quarenta anos (II Samuel, 5, 4); Salomão igualmente (I Reis, 11, 42). A aliança com Noé acompanha os quarenta dias do dilúvio; Moisés é chamado por Deus aos quarenta anos; ele passa quarenta dias no cume do Sinai. Jesus prega por 40 meses; o ressuscitado aparece a seus discípulos durante os quarenta dias que precedem a Ascensão (Atos, 1, 3). Muitas vezes a tônica recai também sobre o aspecto de provação ou de castigo: os hebreus infiéis são condenados a errar quarenta anos no deserto (Números, 32, 13). Quarenta dias de chuva punem a humanidade pecadora (Gênesis, 7, 4). Representando a nova humanidade, Jesus é conduzido ao Templo quarenta dias depois de seu nascimento, sai vitorioso da tentação, experimentada durante quarenta dias (Mateus, 4, 2 e similares), e ressuscita depois de 40 horas de permanência no sepulcro. Segundo R. Allendy (ALLN, 385), este número marca a realização de um ciclo, de um ciclo, entretanto, que deve chegar, não a uma simples repetição, mas a uma mudança radical, uma passagem a uma outra espécie de ação e de vida. É assim que o Buda e o Profeta teriam começado sua pregação com 40 anos; a quaresma, preparação para a ressurreição pascal, dura 40 dias. Entre os africanos, principalmente os peúles, os funerais duram 40 noites, quando um boi ultrapassa 21 anos e um homem 105 anos. Entre os bambaras, oferecem-se em sacrifício 40 cauris, 40 cavalos, 40 bois, para a iniciação suprema do Kamo. A expressão 2 vezes 40 significa cem (HAMK, 23) ou o quase inumerável. Este número desempenhou um papel bem particular nos rituais fúnebres de um grande número de povos. É com efeito o número de dias necessários para que os restos mortais sejam considerados como definitivamente desembaraçados de qualquer corpo vivo, por mais sutil que seja, isto é, de todas as suas almas. Segundo essas crenças, como um morto só está totalmente morto no final desse prazo, a cerimônia deste dia, a quarentena, é a que suspende as últimas proibições do luto; é o término do período de resguardo. É também nesse momento que se efetuam os ritos de purificação, e só nessa data os parentes do defunto ficam livres de toda obrigação a seu respeito. É o lapso de tempo necessário para desenterrar o cadáver, limpar os ossos e colocá-los no seu lugar definitivo, para os povos que têm o costume de um enterro secundário, o que se verifica especialmente entre os índios da América equatorial. Entre os altaicos, é nesse dia que a viúva pronuncia a fórmula ritual: "Agora, eu te abandono", o que a torna livre para contrair segundas núpcias. É também o dia em que se faz a purificação da iurta (HARA, 227-228). O costume da quarentena provém dessa crença, segundo a qual o número quarenta simboliza um ciclo de vida ou de não-vida. Jean-Tacques Rousseau diz dos quarenta anos: *É a meu ver a idade mais conveniente para reunir todas as qualidades que devem existir num homem público. O direito feudal francês possuía a quarentena do Rei, espaço de quarenta dias estabelecido por Luís IX, durante o qual o ofendido não podia vingar sua injúria.*" ==========================
Texto recebido do Grupo PSI-COLÓGICA - Enviado por: "Sabina Vanderlei" - Ter, 5 de Fev de 2008 5:40 pm
===============
"Ahhhh... esses mistérios entre o Céu e a Terra...!!!!" rsss
Vai dizer que não ficou curioso(a)? rssss
Andy
===============
"Ahhhh... esses mistérios entre o Céu e a Terra...!!!!" rsss
Vai dizer que não ficou curioso(a)? rssss
Andy
2 comentários:
Adoro ler sobre assuntos relacionados a religião espiritismo, ainda mais envolvendo, de certa forma, a matemática, excelente trabalho.
Tenho 2 blogs, mas muito longe das idéas postadas aqui!!rs
Gostei muito!!
Obrigada Ariano! Volte sempre!
Postar um comentário