sábado, 21 de agosto de 2010

COMO DESENVOLVER O SEU PODER DE CONCENTRAÇÃO


COMO DESENVOLVER O SEU PODER DE CONCENTRAÇÃO


Antes de terminar o estudo da fisiologia do cérebro, vamos aprender sobre um assunto que é muito importante, a concentração.

Saber concentrar-se é indispensável ao desenvolvimento da sua memória.

A atenção e a observação não são suficientes se você não se concentrar corretamente sobre suas ações.

Concentração é manter a atenção sobre um assunto determinado sem se distrair com outros pensamentos. É, aliás, uma faculdade extremamente preciosa, para o exercício de todas as nossas atividades mentais.

Podemos classificar a concentração que usaremos para memorizar em dois tipos, ainda que naturalmente se trate da mesma faculdade, são eles:


1 - Concentração Imediata: necessária para observar com cuidado um documento, uma paisagem, um acontecimento, um espetáculo, um monumento, um quadro.

2 - Concentração Prolongada: necessária para estudar, aprender, reter, redigir, calcular, pensar, refletir.

A concentração imediata exige ser praticada à vontade, instantaneamente e em todas as circunstancias. Ela requer também a aptidão para mudar de assunto rapidamente. Por exemplo, se lhe apresentam 4 ou 5 pessoas, sucessivamente, você concentra-se sobre os seus nomes e sobre as suas feições durante breves momentos, depois ficará atento ao que as pessoas disserem ou mostrarem, etc..

A concentração prolongada usada para o estudo ou a reflexão necessita de um outro treino. Voltaremos ao assunto pormenorizadamente, nas lições reservadas a este estudo.

De momento, vamos desenvolver a nossa concentração imediata à custa ou com a ajuda de alguns exercícios.

Estes exercícios podem melhorar o seu poder de concentração até um grau extraordinário, mas é necessário fazê-los com muita atenção.

Mostrarei outros exercícios de concentração no decorrer de todo o curso e será sugerido que você execute alguns várias vezes.

Estes exercícios podem lhe parecer difíceis. Não se preocupe. Faça-os, simplesmente, o melhor possível. Faça um exercício por dia durante essa semana.


EXERCÍCIO Nº 6 (Concentração)

Pegue um objeto (chave, objeto de adorno): observe-o com atenção durante 30 segundos, depois feche os olhos e tente representá-lo mentalmente, de maneira clara e precisa. Se alguns detalhes não estiverem perfeitamente claros, nítidos, observe de novo o objeto tomado e torne a fechar os olhos, etc.. até que possa representa-lo mentalmente, com nitidez.

EXERCICIO Nº 7 (Concentração)

Eis um exercício conhecido pelo nome de “prateleiras cerebrais”. Você escolhe 3 assuntos diferentes para reflexão: por exemplo, um projeto que tem; um assunto cientifico ou literário e uma lembrança pessoal (férias, viagem, etc.). Dedique 3 minutos de reflexão a cada um dos três assuntos. Durante os 3 primeiros minutos pense somente no assunto nº 1, passe depois ao assunto nº 2 e não pense em outra coisa; finalmente, passe ao assunto nº 3. É necessário não se distrair durante cada fase e, sobretudo, não pensar nos dois outros assuntos.

EXERCICIO Nº 8 (Concentração)

Reproduza mentalmente as feições de uma pessoa que vê frequentemente: verificará que delas só tem uma visão geral, uma impressão genérica, mas que os pormenores lhe escapam. Você completará a observação quando reencontrar a referida pessoa e recomeçará o exercício, até que obtenha uma representação perfeitamente nítida.

EXERCICIO Nº 9 (Concentração)

Tente este interessante exercício que desenvolverá o seu poder de concentração e atenção auditiva. Escute ou ouça o rádio; depois, diminua o volume; depois, mais baixo ainda; regule o seu aparelho o mais baixo possível até compreender, suficientemente, o que se diz. A fraca intensidade do som obrigá-lo-á a concentrar-se. Não prolongue este exercício por mais de três minutos.

EXERCICIO Nº 10 (Concentração)

Escolha um poema, leia-o lenta e atentamente, fixando-se sobre cada palavra importante por forma a evocar, de maneira precisa, a imagem correspondente. Não se deixe distrair por associações estranhas, sem relação com o poema.

EXERCICIO Nº 11 (Concentração)

Faça, de novo, o Exercicio nº 7 (prateleiras cerebrais) com os mesmos assuntos de ontem.

EXERCICIO Nº 12 (Concentração)

Faça novamente o Exercicio nº 9 com o rádio.

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fonte: http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/herbertgois/memorizacao003.asp

imagem: Google


sexta-feira, 9 de julho de 2010

Cuidando de nossos atos....


"Devemos temer aquele que odeia a si mesmo, pois seremos as vítimas de sua ira e de sua vingança. Procuremos, pois, induzi-lo ao amor de si próprio! " Friedrich Nietzsche, "Aurora", aforismo 517

Quando inadvertidamente induzimos alguém ao próprio desamor, valorizando mais os seus erros e defeitos do que as suas virtudes, estamos colaborando na criação da lista de nossos futuros algozes, que estarão dispostos à nos cobrar, impiedosamente, o dano que causamos em sua auto-estima!
O ser humano, precisa de amor acima de tudo e, se isso lhe for negado ou tirado, estaremos reservando futuras lágrimas em nossos olhos, amanhã, como "recompensa!"
Nem precisamos ir muito longe para observarmos isso; basta vermos as consequências causadas por este tipo de conduta diariamente nas páginas dos jornais.
Atitudes de indiferença, de críticas negativas, com prepotência, negligência, desprezo, soberba e tantas outras, que fazem encolher-se humilhadamente um ser humano, são na verdade o combustível com que abastecemos, odiosa e ressentidamente, corações tão importantes quanto os nossos perante Deus e, que mais cedo ou mais tarde, se voltarão contra nós e, nós, teremos que assumir isso!

"Não querias que fosse assim? Não deverias ter feito! Não és tu o pobre a ser consolado, mas sim todo aquele que irresponsável e orgulhosamente, feriste!" - desconheço o autor

Por estas e outras que não devemos nunca nos esquecer da recomendação de nosso amado Jesus em seu principal mandamento:

"Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo!"

Uma das frases mais conhecidas do livro O Pequeno Príncipe (Exupery) , afirma:

"Tu te tornas eternamente responsável por tudo aquilo que cativas!"

e no livro mais famoso do mundo, o apóstolo Mateus diz, no cap. 24, vers. 12:

"por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará"
definição:
iníquo do Lat. iniquu
adj.,
contrário à equidade; injusto; perverso; malvado.

Será que precisamos de mais alertas??
Um dia muito lindo à todos!
Andy

sábado, 19 de junho de 2010

O Mágico de Oz – Uma analogia com o trabalho interior.

O Mágico de Oz – Uma analogia com o trabalho interior.

Lourdes Baptistella

oz.jpg

Ilustração do filme O Mágico de Oz (Banco de Imagens)

Sentei para fazer a prática da meditação e percebi que estava totalmente “fora do centro”. O mental estava intranqüilo, o corpo se recusava a ficar imóvel e havia uma sensação de distanciamento em meu peito. Conseguia me sentir fora de mim e esta percepção me afligia, mas insisti em tentar me comunicar, me conectar com algo que me desse um eixo. Nessa tentativa, me veio à mente a estória do Mágico de Oz e a figura do homem de lata em busca de um coração. E aí surgiu a analogia com a busca do Trabalho e o esforço e me percebi como esse homem de lata, robótico, em busca de um coração, de um contato com algo maior em mim e como o leão, querendo encontrar a coragem que lhe falta, e como o espantalho em busca de um cérebro, um mental lúcido. Dorothy, uma menina (em minha analogia, a Alma), após um vendaval é levada para longe de seu lar e se perde. Na sua busca do caminho de volta para casa, ela encontra essas três figuras (o homem de lata, o leão e o espantalho), que lhe pedem ajuda para realizar os seus desejos. Na vida, saio em busca desses três personagens que correspondem aos três centros. Sou como o homem de lata, sem um coração verdadeiro; como o leão a quem tudo amedronta, até a própria vida e a busca, com minhas dúvidas, anseios, emoções negativas e toda a parafernália externa em que vivo; como o espantalho, vivo como um fantoche na vida, me deixo levar de um lado para o outro, sem um cérebro, uma inteligência que me Oriente e me Guie com lucidez. Mas, para que tudo se transforme, é preciso seguir o caminho, é preciso ajuda, que, com a persistência, virá em seu auxílio. Dorothy segue com os três, enfrentando os obstáculos, sem perder a alegria e com a certeza de que voltará para seu lar. E nessa jornada, com seus três ‘amigos’ a segui-la, ela consegue a ajuda do povo pequeno de Oz[1] e, por meio deles, chegar até o Mágico desse reino encantado. Esse mago[2] lhes dará tarefas a serem executadas antes de realizar seus desejos. Uma dessas tarefas é vencer a bruxa malvada do Norte, que mantém o povo pequeno como prisioneiro. Nada neste mundo nos é dado gratuitamente. Um esforço nos é exigido para alcançarmos o que quer que seja, mas principalmente o contato com a Alma, que é a intermediária entre o Céu e a terra. Dorothy segue a yellow brick road, a estrada de tijolo amarelo, no meu entender, a estrada do Sol. Só a estrada pode conduzi-la ao encontro do mago, do senhor de Oz, o único que poderá ajudá-la a voltar para casa. Nesses personagens estão unidos a Vontade, a Coragem, a Fé (de Dorothy para voltar ao seu lar) e a Esperança (do espantalho que sabe que sem um cérebro não é nada). Só depois de cumpridas as tarefas e cristalizadas neles a Vontade, a Coragem, a Fé e a Esperança é que nossos amigos em equilíbrio e harmonia vêem os seus desejos realizados e podem voltar ao LAR.

Esta analogia de alguma forma mágica[3] me tranqüilizou e transformou o meu estado de espírito naquela manhã, dando-me forças para continuar no caminho apesar das controvérsias, dos atropelos e de toda a insegurança desta vida material. Há algo precioso em meu ser que não me deixa esmorecer e me acalenta nos momentos de aflição. Sou grata a esta “magia” dentro de meu Ser, a este Mágico de Oz (para mim a Consciência), que possui o dom e o poder de me guiar com Coragem e Força, que conhece a estrada do Sol, o caminho de volta para Casa.

1 Oz – palavra que em hebraico significa coragem, força.

2 mago – aqui com o sentido de magus, um homem sábio que, utilizando-se de atividades místicas e de autoconhecimento, busca a sabedoria Sagrada e a elevação de potencialidades do ser humano.

3 mágica, magia - a palavra Magia provém da língua persa magus ou magi e significa tanto imagem quanto um homem sábio, e pode significar tambem fascínio.

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texto encontrado no site: http://www.ogrupo.org.br/ser-13.asp#O Mágico de Oz – Uma analogia com o trabalho interior


sábado, 27 de março de 2010

Pais x filhos a autoridade em crise


A autoridade parental é indispensável para a construção do caráter e da personalidade dos filhos. Crianças criadas sem consciência de limites se tornam adultos frustrados e infelizes. Muitos pais, porém, têm medo de desempenhar seu papel de educador, confundindo autoridade com autoritarismo

Por Luis Pellegrini

*"TENHO MEDO DE SUFOCAR SUA PERSONALIDADE OU SUA CRIATIVIDADE"*

Autoridade e autoritarismo são coisas muito diferentes. Ambas as palavras têm o mesmo radical: autor. Mas, enquanto a primeira pode ser entendida como o poder de impor limites necessários para a convivência em sociedade, a segunda indica um exacerbamento desse poder, realizado pela simples imposição de uma idéia sem possibilidade de contraposição.

É exatamente por confundir e misturar os significados de autoridade e de autoritarismo que tantos pais, hoje, têm medo de exercer qualquer forma de poder sobre seus filhos - seja ele justo e necessário à boa educação da criança ou um poder ilícito e prepotente, ditado apenas pelo desejo arrogante de se impor a qualquer custo.

Em qualquer tipo de relação humana, o autoritarismo é sempre estúpido e nefasto. Mas, em relações do tipo professor/aluno e, sobretudo, nas relações entre pais e filhos, a autoridade é indispensável para a construção sadia da criança.

A autoridade enfrenta séria crise na sociedade contemporânea. Levadas ao exagero, sentenças do tipo "é proibido proibir", que se transformaram em palavras de ordem nos anos hippies das décadas de 1960 e 1970, fizeram muito mais estragos do que se poderia supor naqueles momentos de farra libertária.
Plantaram nas mentes e nos corações a convicção falsa e perigosa de que, na vida, tudo são direitos e nada é dever. Boa parte dos pais de hoje (eles mesmos mal-educados) simplesmente não sabe o que fazer para controlar a rebeldia dos filhos, perdendose no interior de situações esdrúxulas nas quais quem deveria ser comandado comanda, e quem deveria mandar comete um desmando atrás do outro. Ou vocês, caros leitores, acreditam que o sucesso de séries televisivas tipo Supernanny se deve a um simples modismo?

A crise da autoridade parental é real e se reflete em projeções danosas em todos os demais aspectos da sociedade. No Brasil, basta prestar atenção ao que acontece atualmente em todas as esferas do poder governamental, seja ele executivo, legislativo ou judiciário. Há total confusão entre autoridade e
autoritarismo, gerando situações de descalabro caótico, de sambas do crioulo doido nos quais o grampo e a espionagem campeiam soltos e ninguém leva a legalidade realmente a sério. O problema é exemplar e vem do berço. Quem não aprendeu desde cedo a ter consciência de limites tenderá a viver e a manifestar até o fim a sua patologia de descomedimentos.

Voltemos ao tema: a crise da autoridade parental. Quem, ao visitar algum casal amigo com criança pequena e preferir, às 10 horas da noite, dizer "tchau" e ir embora - já que a conversa era impossível com aquele pirralho
que não parava de gritar -, não ouviu desculpas do tipo: "Ele não quer ir dormir", "é um inferno toda vez que chega a hora de fazer os deveres da escola", "ele faz tudo o que lhe dá na cabeça"...

Nos consultórios, os psicólogos especializados em problemas de família ouvem esses mesmos desabafos todos os dias. Qual é a causa dessa grande desordem familiar? A ausência da autoridade, dizem os especialistas. Esses pais, que pensam cuidar bem de seus filhos e procuram ser o mais zelosos e atentos possível, não impõem aquilo que deveriam impor. Seja porque rejeitam, "por princípio", toda posição de autoridade, seja porque, embora querendo manifestar sua autoridade, não conseguem mantê-la por mais de alguns instantes.

Sabemos todos, no entanto (e os educadores que trabalham em comunidades periféricas carentes melhor que ninguém), que é a falta de educação e, portanto, de autoridade - familiar, escolar ou social - que fabrica a
delinqüência. Educar uma criança significa ensiná-la a se tornar um ser civilizado. Isso pressupõe, no que diz respeito aos pais, firmeza, constância e, sobretudo, a convicção de que essa autoridade é legítima porque sem ela não é possível uma construção correta da criança.

Para que isso realmente aconteça, é preciso, em primeiro lugar, que os pais superem as suas próprias resistências internas, às vezes muito sólidas, que se opõem a esse exercício. Para a moderna psicologia, são os medos dos pais que os impedem de se posicionar de modo correto. Claude Halmos, importante psicanalista francesa, explica quais são esses medos e como se livrar deles em seu livro L'Autorité expliquée aux parents (A autoridade explicada aos pais), lançado há pouco na França pela Editora Nil.

*"TENHO MEDO QUE MEU FILHO DEIXE DE ME AMAR.*
" Para Claude, esse é o medo que vem em primeiro lugar. O medo de ser rejeitado leva o genitor a dizer sempre "sim" e a proibir o menos possível. Esse medo, no entanto, parte de uma idéia falsa, segundo a qual uma criança seria feliz "sem limites". Ora, uma criança deixada entregue a suas próprias pulsões e seus desejos não poderá ser feliz. Ela estará limitada, incapacitada para a vida social, a escola, pois não saberá respeitar as
regras que possibilitam a convivência. Estará despreparada para a vida a dois, pois esperará que seus companheiros lhe permitam tudo, como faziam seus pais.

A criança "sem limites" vive constantemente angustiada, pois não encontra nenhuma barreira que a proteja de si mesma e do mundo exterior.

Toda criança começa por recusar os limites, mas essa recusa esconde, na verdade, uma procura deles, pois ela sabe que são necessários. Por isso, a autoridade é uma prova de amor, e não de desamor. Podemos dizerlhe: "Se eu não o amasse, não me importaria com aquilo que você vai se tornar e o deixaria fazer tudo o que lhe desse na telha."

*"TENHO MEDO DE SUFOCAR SUA PERSONALIDADE OU SUA CRIATIVIDADE."
*Certas formas de autoridade - que deveríamos chamar, mais apropriadamente, de autoritarismo - podem efetivamente "quebrar" a personalidade de uma criança.
A "autoridade de domador", por exemplo, que pretende submeter a criança ao poder arbitrário do adulto: "Eu sou seu patrão, você tem de me obedecer!"
Mas a autoridade verdadeira a que se refere Claude em seu livro é diferente por duas razões.

"A primeira é que ela se dirige a uma criança que ouvimos e respeitamos. A segunda é que não exigimos uma submissão da criança ao adulto, mas uma submissão à regra enunciada por este último, à qual todos estamos submetidos (não bater nos outros, não roubar, etc.)." Essa autoridade verdadeira, além de não arranhar a personalidade da criança, favorece o seu florescimento.
Quando evolui num universo devidamente sinalizado no qual a interdição é claramente colocada e compreendida, a criança se sente em segurança e encorajada para a criatividade.

*"TENHO MEDO DE SER UM PAI VIOLENTO."*
Bastaria uma única palavra, um único tapa para traumatizar uma criança para todo o sempre; é necessário, assim, engolir o sapo e permanecer impassível diante de uma criança em crise de birra desenfreada. "Essas falsas convicções, devidas em grande parte a uma leitura equivocada da psicologia da criança, constituem a raiz desse medo", explica Claude. Esse medo, no entanto, é perigoso, uma vez que, ao proporcionar aos pais uma imagem muito negativa da sua agressividade, inibe-a totalmente. Ora, segundo Claude, quando somos levados ao desespero por uma criança que grita, dá chutes e quebra as coisas, é legítimo e desejável exprimir a própria cólera, mesmo se os meios pelos quais nós a expressamos não sejam sempre aqueles que teríamos
gostado de usar. Assim, a criança compreenderá que seus pais, e a outra pessoa em geral, são, como ela, sensíveis às agressões. O respeito pelos outros começa pelo respeito aos próprios pais. Mas o respeito nunca transita em mão única. Para ensinar a uma criança o que é o respeito ao próximo, é preciso primeiramente mostrar que você a respeita.
[image: Eryk Fitkau/Getty]

*"TENHO MEDO DE PUNIR."* Fica subentendido: "Prefiro conversar." Como se a punição fosse um insulto à inteligência da criança... Para Claude, a punição, quando não é humilhante e é proporcional à falta cometida, não constitui uma forma de maus-tratos. "A punição é indispensável. A proibição deve ser ensinada à criança. Se ela transgride uma primeira vez, um chamado à ordem pode bastar. Mas se ela continua a transgredir, a punição é indispensável, e cada genitor deve inventar a punição que lhe parecer mais adaptada à criança e à gravidade da transgressão. Como uma criança poderá compreender a importância de uma regra se uma punição não sanciona a sua transgressão?"

Na opinião da psicóloga, é bem mais prejudicial para a criança e a sociedade que ela cresça com a idéia falsa e perigosa de que pode fazer o que bem entende, inclusive cometer atos maldosos, e gozar de toda impunidade. Sem contar que o genitor que se limita a falar em vez derepreender acaba por perder toda credibilidade aos olhos do seu filho. A punição serve também para fazer com que as palavras dos genitores sejam respeitadas, dando a elas peso e sentido e evitando que sejam transformadas num blablablá inofensivo.

*"TENHO MEDO DE CONFLITOS." *A vida da família deve se desenrolar num clima de bom humor e serenidade... Essa fantasia utópica é sedutora e amplamente compartilhada, porém impraticável. O conflito é inevitável pelo simples fato de que a criança sempre se opõe aos limites, pelo menos nos primeiros tempos, e que o enfrentamento contribui para o fortalecimento da sua estrutura, embora muitas vezes consuma uma enorme quantidade da energia dos pais. Uma criança pequena não é um ser civilizado: ela é dominada pelas suas pulsões, pelo "princípio do prazer" e pelo sentimento de onipotência; para que ela se torne um ser civilizado, deve transformar o seu funcionamento inicial. Para que isso aconteça, a autoridade de seus pais é indispensável.
Uma criança se constrói ao se opor. Essas divergências criam inevitavelmente fricções. Para Claude, assumir essas fricções, sem procurar a qualquer preço preservar a paz do momento, significa simplesmente cumprir com o seu dever de educador.