domingo, 20 de junho de 2004

Coragem para o Bem


Considero esta mensagem de André Luiz, uma das mais lúcidas que já lí sobre o Bem !
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Atitude imperfeitamente conhecida, raramente praticada.

Não se constitui apenas de fé, não obstante a fé se lhe mantenha por raiz de sustentação.

Não é tão somente esperança, conquanto a esperança lhe assegure a seiva de força.

Tratamos aqui da coragem para o bem, porque o bem exige coragem para ser feito.

Enfeita-se o mal de mil modos com os adornos do bem, de tal sorte que para extirpá-lo da vida a fim de que o bem verdadeiro se levante na alma, é imprescindível, em muitas ocasiões, até mesmo a coragem de ser só, qual aconteceu com Jesus no último dia de sua luta pela verdade.

Em numerosas reencarnções, temos interpretado a coragem como sendo arremesso do espírito para a destruição.

Partilhamos guerras de extermínio, crueldades, delitos, depravações, arvorandonos em campeões da coragem quando não passávamos de malfeitores acobertados pela falsa legalidade de estatutos forjadoss na base da delinqüência.

Convertíamos o clarão da crença em labaredas da violência, transfigurávamos o alimento da esperança em veneno da ambição desregrada e, no pressuposto de sermos firmes e corajosos, nada mais fazíamos que inventar a invigilância que nos impeliu à fossa das grandes culpas, em cujo lodo nos refocilamos durante séculos de sofrimento reparador.

Desse modo, aprendemos hoje com a Doutrina Espírita, a coragem que Jesus exemplificou, a expressar-se no valor moral de quem atribui a Deus todas as bênçãos da vida, para canalizar as bênçãos da própria vida a serviço da felicidade geral.

Coragem de apagar-nos e esquecer-nos, para que o ensinamento se estenda e triunfe soerguendo o nível de entendimento e elevação para todos, muito embora trabalhando e servindo constantemente sem nada pedir para nós.

Coragem de silenciar e coragem de falar no momento oportuno.
Coragem de fazer ou deixar de fazer, coerentes com o ensino do Mestre quando nos mostrou que uma só consciência tranqüila, na execução do dever ante a Providência Divina, pode mais que a multidão.

Coragem como apoio vivo capaz de viver para o bem dos outros e também de desencarnar, quando preciso, para que os outros não sejam dominados pelo mal que nos impõe a morte.

Coragem sim. Coragem de sermos bons e simples, afetuosos e leais, porque hoje entendemos, no Evangelho Restaurado, que bastam audácia e manha para dominar os outros, mas somente à custa da coragem que o Cristo nos legou é que conseguiremos a vitória em nós e sobre nós, para que nos coloquemos ao encontro da Grande Vida que estua além da vida terrestre.

ANDRÉ LUIZ
(Sol na Almas, 2, Waldo Vieira, edição CEC)
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imagem: Google

sábado, 12 de junho de 2004

Maria de Nazaré

Maria de Nazaré

Importantes dados biográficos de Maria tem nos chegado por vias mediúnicas, revelando que ela continua zelando pela Humanidade terrestre, encarnada e desencarnada. Emmanuel conta-nos que, precedendo a vinda de Jesus, entidades angelicais se movimentaram, tomando vastas e importantes providências no Plano Espiritual. "Escolhem-se instrutores, os precursores imediatos, os auxiliares divinos. Uma atividade única registra-se, então, nas esferas mais próximas do planeta, (...)".
O Espírito de Humberto de Campos narra, num de seus livros, a importante visita que Isabel e seu filho João Batista fizeram ao lar de Jesus, em Nazaré, proporcionando o encontro de duas crianças que revolucionariam o Mundo... O diálogo entre as duas primas é muito significativo, revelando-se preparadas para a sublime tarefa. "_ O que me espanta - dizia Isabel com carinhoso sorriso - é o temperamento de João, dado às mais fundas meditações, apesar da sua pouca idade. (...) _ Essas crianças, a meu ver - respondeu-lhe Maria, intensificando o brilho suave de seus olhos, trazem para a Humanidade a luz divina de um caminho novo. Meu filho também é assim, envolvendo-me o coração numa atmosfera de incessantes cuidados. Por vezes, vou encontrá-lo a sós, junto das águas, e, de outras, em conversação profunda com os viajantes que demandam a Samaria ou as aldeias mais distantes, nas adjacências do lago. Quase sempre, surpreendo-lhe a palavra caridosa que dirige às lavadeiras, aos transeuntes, aos mendigos sofredores... Fala de sua comunhão com Deus com uma eloqüência que nunca encontrei nas observações dos nossos doutores e, constantemente, ando a cismar, em relação ao seu destino".

"Lucas recebe informações de Maria para fundamentar o seu evangelho, segundo Emmanuel, o apóstolo Paulo visitou a Mãe de Jesus, impressionou-se fortemente com a humildade daquela criatura simples e amorosa, que mais se assemelhava a um anjo vestido de mulher. Paulo interessou-se pelas narrativas da noite em que Jesus nasceu, prometeu voltar e recolher mais informações, dados indispensáveis para escrever o evangelho para os cristãos do futuro. Maria colocou-se à sua disposição, com grande alegria".

Humberto de Campos ainda relata a desencarnação de Maria, assistida por Jesus. Ao libertar-se do vaso físico, Ela desejou, primeiramente, rever a Galiléia e logo em seguida visitou cárceres sombrios de Roma, repletos de discípulos do Mestre que aguardavam a morte certa, quando lhes infundiu a força da Galiléia cristã, transmitindo a seguinte sugestão a uma jovem encarcerada: "Canta, minha filha! Tenhamos bom ânimo!... Convertamos as nossas dores da Terra em alegrias para o Céu!..."

(...) Logo, a caravana majestosa conduziu ao Reino do Mestre a bendita entre as mulheres e, desde esse dia, nos tormentos mais duros, os discípulos de Jesus têm cantado na Terra, exprimindo o seu bom ânimo e a sua alegria, guardando a suave herança de nossa Mãe Santíssima".

O espírito Emmanuel ditou ao Chico Xavier um retrato falado de Maria de Nazaré ao fotógrafo Vicente Avela, de São Paulo. Chico frisou que a fisionomia de Maria, assim retratada, revela tal qual Ela é conhecida quando de Suas visitas à esferas espirituais mais próximas e perturbadas da crosta terrestre; como, por exemplo, disse-nos ele, na Legião dos Servos de Maria, grande instituição de amparo aos suicidas descrita detalhadamente no livro Memórias de um Suicida, recebido mediunicamente por Yvonne A. Pereira.

Maria Dolores descreve em poesia a assistência maternal e efetiva prestada pelo Espírito de Maria a Judas, que se encontrava em região umbralina, cego e solitário, muito tempo depois da crucificação do Mestre. No final do diálogo com o discípulo suicida, em grande sofrimento, preso a terrível remorso, a Benfeitora convence-o argumentando com profundo amor:

RETRATO DE MÃE

"Amo-te, filho meu, amo-te e quero
Ver-te, de novo, a vida
Maravilhosamente revestida
De paz e luz, de fé e elevação...
Virás comigo à Terra,
perderás, pouco a pouco, o ânimo violento,
Terás o coração
Nas águas de bendito esquecimento.
Numa nova existência de esperança,
Levar-te-ei comigo
A remansoso abrigo,
Dar-te-ei outra mãe! Pensa e descansa!...

E Judas, nesse instante,
Como quem olvidasse a própria dor gigante
Ou como quem se desagarra
De pesadelo atroz,
Perguntou: - quem sois vós
Que me falais assim, sabendo-me traidor?
Sois divina mulher, irradiando amor
Ou anjo celestial de quem pressinto a luz?!...
No entanto, ela a fitá-lo, frente a frente,
Respondeu simplesmente:
_ Meu filho, eu sou Maria, sou a mãe de Jesus".

(Anuário Espírita 1996. IDE)

Obs.: pintura mediúnica de Maria, na mesma página.