quarta-feira, 4 de agosto de 2004

DEUTERONÔMIO CONFIRMA MEDIUNIDADE DE MOISÉS

Na lista de discussão na Net que me afiliei, uma irmã postou esta matéria (http://br.groups.yahoo.com/group/ideal_andreluiz/message/6309) muito bem elaborada por J. Herculano Pires e, embora um tanto resumida, dá algumas dicas de onde podemos encontrar na Bíblia mais confirmações sobre a Mediunidade existente em todos os tempos.
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Quem conhece o Deuteronômio, livro bíblico sempre citado contra o Espiritismo, sabe que os seus melhores episódios são de ordem declaradamente mediúnica. O próprio Moisés é constantemente citado como “mediador entre Deus e o povo”. A palavra “médium” é moderna, mas quer dizer o mesmo que “mediador”. A modernização dos textos bíblicos, feita por várias igrejas, chegou a incluir a palavra “médium” numa tradução clássica da nossa língua, mas somente quando aplicada para combater o Espiritismo. Nenhum revisor sagrado das nossas traduções clássicas foi capaz da necessária coerência, substituindo a palavra “mediador”, que se refere a Moisés, pela “perigosa” palavrinha espírita. Mas o leitor perspicaz, mesmo que não seja espírita, logo percebe a manobra.
O capítulo V do Deuteronômio é inteiramente mediúnico. Mas convém lembrar que os sucessos desse capítulo são melhor compreendidos quando lemos o Êxodo, caps. 18 a 20. Nos versículos 13 a 16, do cap. 18, vemos Moisés diante do povo, para ser o mediador, o intérprete, — mas na verdade o médium, — entre Deus e o povo. Nos versículos 22 a 31, cap. V, do Deuteronômio, temos uma bonita descrição de conhecidos fenômenos mediúnicos: o monte Horebe envolto em chamas, a nuvem de fluidos ectoplásmicos (materializantes), e a voz-direta de Jeová, que falava do meio do fogo, sem se apresentar ao povo. E Moisés, como sempre, servindo de intermediário, na sua função mediúnica. Por fim, Jeová recomenda a Moisés que mande o povo embora, mas permaneça com ele, para receber as demais instruções. (Vers. 31, cap. 5 de Deut.).
No famoso cap. 18 de Deuteronômio, tão citado contra o Espiritismo, logo após os versículos das proibições, temos a promessa de Jeová, de que suscitará um grande profeta para auxiliar e orientar o povo. Como fazia com Moisés, o próprio Jeová promete que porá as suas palavras na boca desse novo médium. Não obstante, sabendo que todo médium está sujeito a envaidecer-se e dar entrada a espíritos perturbadores, Jeová determina que o profeta seja morto: “se falar em nome de outros deuses”.
Esta passagem (vers. 20 do cap. XVIII) é uma confirmação bíblica do ensino espírita de que, naquele tempo, os espíritos eram chamados “deuses”. Jeová era espírito-guia do povo hebreu, e por isso considerado como o seu deus, o único verdadeiro. Mas os profetas de Jeová podiam receber outros deuses, como Baal, Apolo ou Zeus, pelo que a proibição bíblica nesse sentido é terrível e desumana, como podemos ver nos textos. A evolução espiritual do povo hebreu permitiria a Jesus vir corrigir esses abusos e substituir a concepção bárbara de Deus dos Exércitos pela concepção evangélica do Deus-Pai, cheio de amor com todas as criaturas.
(De “Visão espírita da Bíblia”, de J. Herculano Pires).

segunda-feira, 2 de agosto de 2004

Tragédias Coletivas e seus Resgates Coletivos

Tragédia em Assunção
Na maior tragédia civil já registrada no Paraguai, pelo menos 280 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas num incêndio de grandes proporções que destruiu ontem um hipermercado na capital. Autoridades locais temem que o número de mortos seja ainda maior porque há áreas dos escombros do prédio ainda não alcançadas pelas equipes de resgate. De acordo com testemunhas, os encarregados do supermercado teriam fechado as portas da
loja quando o fogo começou, temendo o saque de mercadorias.
A medida teria contribuído para agravar a tragédia porque impediu que as pessoas escapassem do prédio. — Somente quando a polícia e os bombeiros chegaram as portas foram
abertas, mas já era tarde — contou Rosa Resquín, que estava no local, acrescentando ter ouvido alguém gritar “ninguém sai daqui sem pagar”. ..... — Parece que o fogo se alastrou rapidamente, gerando pânico. Foi uma verdadeira desgraça. O incêndio teria começado na cozinha de uma lanchonete localizada na praça de alimentação do supermercado. Segundo testemunhas, um vazamento de gás teria provocado uma explosão, gerando chamas que se espalharam rapidamente por todo o prédio.
Agravando ainda mais a situação, o piso do pavimento térreo desabou sobre o estacionamento subterrâneo, soterrando quem estava no local. Na hora da tragédia, cerca de 700 pessoas estariam no hipermercado. ......- Alguns dos corpos queimados retirados dos escombros estavam abraçados uns aos outros, entre eles o de uma mulher com uma pequena criança
nos braços. Outros corpos foram achados dentro de carros, no estacionamento. Nas calçadas próximas ao local da tragédia, pessoas intoxicadas e com queimaduras graves podiam ser vistas sentadas esperando atendimento.
fonte: http://oglobo.globo.com/jornal/Mundo/145252548.asp
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Lembrei-me de outras tragédias, que nos vêem como tristes resgates coletivos - como por exemplo, dentre elas, O avião da TAM, O edifício JOELMA e O Circo - em Niteroi.

Tragédias coletivas: por quê?
Suely Caldas Schubert

A dolorosa ocorrência da queda do avião da TAM, que ia de São Paulo para o Rio, causando a morte de quase cem pessoas, traz novamente, de forma mais intensa e angustiosa a pergunta:
por quê? por que acontecem essas tragédias coletivas?
Outras indagações acorrem à mente: por que alguns foram salvos, desistindo da viagem ou chegando atrasados ao aeroporto?
Por que alguns foram poupados e outros receberam o impacto da queda do avião em suas casas ou na rua?
Somente o Espiritismo tem as respostas lógicas, profundas e claras que explicam, esclarecem e, por via de conseqüência, consolam os corações humanos.
Para a imensa maioria das criaturas essas provas coletivas constituem um enigma insolúvel pois desconhecem os mecanismos da Justiça Divina, que traz no seu âmago a lei de causa e efeito. Ante tragédias como essa mais recente, ou como outras de triste memória: o incêndio do Edifício Joelma, em São Paulo; o incêndio no circo em Niterói; outros desastres de avião; terremotos; inundações; enfim, diante desses dramáticos episódios a fé arrefece, torna-se
vacilante e, não raro, surge a revolta, o desespero, a descrença. Menciona-se que Deus castiga violentamente ou que pouco se importa com os sofrimentos da Humanidade. Chega-se ao ponto de comparar-se o Criador a um pai terreno e, nesse confronto, este sair ganhando pois zela pelos seus filhos e quer o melhor para eles, enquanto que Deus...
O Codificador do Espiritismo interrogou os Espíritos Superiores quanto às provas coletivas, no item intitulado Flagelos Destruidores, conforme vemos em "O Livro dos Espíritos", nas questões 737 a 741, que recomendamos ao atencioso leitor.
Nos últimos tempos a Espiritualidade Amiga tem-se pronunciado a respeito das provações coletivas, conforme comentaremos a seguir.
Exatamente no dia 17 de dezembro de 1961, em Niterói (RJ), ocorre espantosa tragédia num circo apinhado de crianças e adultos que procuravam passar uma tarde alegre, envolvidos pela magia dos palhaços, trapezistas, malabaristas e domadores com os animais.
Subitamente irrompe um incêndio que atinge proporções devastadoras em poucos minutos, ferindo e matando centenas de pessoas, queimadas, asfixiadas pela fumaça ou pisoteadas pela multidão em desespero.
Essa dramática ocorrência, que comoveu o povo brasileiro, motivou a Espiritualidade Maior a trazer minucioso esclarecimento, conforme narrativa do Espírito Humberto de Campos, inserida no livro "Cartas e Crônicas" (ed. FEB), cap. 6.
Narra o querido cronista espiritual que no ano de 177, em Lião, no sopé de uma encosta mais tarde conhecida como colina de Fourvière, improvisara-se grande circo, com altas paliçadas em torno de enorme arena. Era a época do imperador Marco Aurélio, que se omitia quanto
às perseguições que eram infligidas aos cristãos. Por isto a matança destes era constante e terrível. Já não bastava que fossem os adeptos do Nazareno jogados às feras para serem estraçalhados.
Inventavam-se novos suplícios. Mais de vinte mil pessoas haviam sido mortas.
Anunciava-se para o dia seguinte a chegada de Lúcio Galo, famoso cabo de guerra, que desfrutava atenções especiais do imperador.
As comemorações para recebê-lo deveriam, portanto, exceder a tudo o que já se vira. Foi providenciada uma reunião para programação dos festejos.
Gladiadores, dançarinas, jograis, lutadores e atletas diversos estariam presentes. Foi quando uma voz lembrou: -"Cristãos às feras!" Todos aplaudiram a idéia, mas logo surgiram comentários de que isto já não era novidade. Em consideração ao visitante era preciso algo diferente.
Assim, foi planejado que a arena seria molhada com resinas e cercada de farpas embebidas em óleo, sendo reunidas ali cerca de mil crianças e mulheres cristãs. Seriam ainda colocados velhos cavalos e ateado fogo. Todos gargalhavam imaginando a cena. O plano foi posto em ação. E no dia seguinte, conforme narra Humberto de Campos, ao sol vivo da tarde, largas filas de mulheres e criancinhas, em gritos e lágrimas, encontraram a morte, queimadas ou pisoteadas pelos cavalos em correria.
Afirma o cronista espiritual que quase dezoito séculos depois, a Justiça da Lei, através da reencarnação, reaproximou os responsáveis em dolorosa expiação na tragédia do circo, em Niterói.
Uma outra tragédia também mereceu dos Benfeitores Espirituais vários esclarecimentos.
Por ocasião do incêndio do Edifício Joelma, em São Paulo, ocorrido no dia lº de fevereiro de 1974, o médium Francisco Cândido Xavier, em seu lar, em Uberaba (MG), ouvindo a notícia pelo rádio, reuniu-se em prece com quatro amigos, solicitando auxílio dos Benfeitores
Espirituais para as vitimas .
Atendendo ao apelo apresenta-se o Mentor Espiritual Emmanuel e escreve, através do médium, comovedora prece inserida no livro "Diálogo dos Vivos".*
Dias depois, em reunião pública, na qual estavam presentes alguns familiares de vítimas do incêndio do Joelma, os poetas Cyro Costa e Cornélio Pires (Espíritos) manifestaram-se pela psicografia, ditando ao médium sonetos referentes à tragédia.
O soneto de Cyro Costa traz uma dedicatória e o transcrevemos, tal como está, no citado livro "Diálogo dos Vivos" (cap. 26, pág. 150):
Luz nas chamas
Cyro Costa
(Homenagem aos companheiros desencarnados no incêndio ocorrido na capital de São Paulo a 1º de fevereiro de 1974, em resgate dos derradeiros resquícios de culpa que ainda traziam na própria alma, remanescentes de compromissos adquiridos em guerra das Cruzadas.)
Fogo!... Amplia-se a voz no assombro em que se espalha.
Gritos, alterações... O tumulto domina. No templo do progresso, em garbos de oficina,
O coração se agita, a vida se estraçalha. Tanto fogo a luzir é mística fornalhaE a presença da dor reflete a lei divina. Onde a fé se mantém, a prece descortina O passado remoto em longínqua batalha...
Varrem com fogo e pranto as sombras de outras eras Combatentes da Cruz em provações austeras, Conquanto heróis do mundo, honrando os tempos idos.
Na Terra o sofrimento, a angústia, a cinza, a escória... Mas ouvem-se no Além os hinos de vitória Das Milícias do Céu saudando os redimidos.
Tecendo comentários sobre o soneto de Cyro Costa, Herculano Pires (no livro retrocitado), pondera que somente a reencarnação pode explicar a ocorrência trágica.
Segundo o poeta as dívidas remontavam ao tempo das Cruzadas.
Estas foram realizadas entre os séculos XI e XIII e eram guerras extremamente cruéis com a agravante de terem sido praticadas em nome da fé cristã. Os historiadores relatam atos terríveis, crimes hediondos, chacinas vitimando adultos e crianças. Os débitos contraídos foram de tal gravidade que os resgates ocorreram a longo prazo. Tal como o do circo em Niterói. O que denota a Bondade Divina que permite ao infrator o parcelamento da dívida,
pois não haveria condição de quitá-la de uma só vez.
Vejamos agora o outro soneto (cap. 27, pág. 155):
Incêndio em São Paulo
CORNÉLIO PIRES
Céu de São Paulo...
O dia recomeça...
O povo bom na rua lida e passa...
Nisso, aparece um rolo de fumaça
E o fogo para cima se arremessa.
A morte inesperada age possessa,
E enquanto ruge, espanca ou despedaça,
A Terra unida ao Céu a que se enlaça
É salvação e amor, servindo à pressa...
A cidade magoada e enternecida
É socorro chorando a despedida,
Trazendo o coração triste e deserto...
Mas vejo, em prece, além do povo aflito,
Braços de amor que chegam do Infinito
E caminhos de luz no céu aberto...

A idéia de que um ente querido tenha cometido crimes tão bárbaros às vezes não é bem aceita e muitos se revoltam diante dessas explicações, mas, conhecendo-se um pouco mais acerca
do estágio evolutivo da Humanidade terrestre e do quanto é passageira e impermanente a vida humana, a compreensão se amplia e aceitam-se de forma mais resignada os desígnios do
Criador. Por outro lado, que outra explicação atenderia melhor às nossas angustiosas indagações?
Estas orientações do Plano Maior sobre as provações coletivas expressam, é óbvio, o que ocorre igualmente no carma individual. Todavia, é compreensível que muitos indaguem como seria feita a aproximação dessas pessoas envolvidas em delitos no passado.
A literatura espírita, especialmente a mediúnica, tem trazido apreciáveis esclarecimentos sobre essa irresistível aproximação que une os seres afins, quando envolvidos em omprometimentos graves. A culpa, insculpida na consciência, promove a necessidade da reparação.
O Codificador leciona de forma admirável a respeito das expiações, em "O Céu e o Inferno" (Ed. FEB), cap. 7 - As penas futuras segundo o Espiritismo. Esclarece que "o Espírito é sempre o árbitro da própria sorte, podendo prolongar os sofrimentos pela permanência no mal, ou suavizá-los e anulá-los pela prática do bem".
Assim - expressa Kardec -, as condições para apagar os resultados de nossas faltas resumem-se em três: arrependimento, expiação e reparação.
"O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa.
Este o notável Código penal da vida futura, que tem 33 itens e que apresenta no último o seguinte resumo, em três princípios:
"lº O sofrimento é inerente à imperfeição.
2º Toda imperfeição, assim como toda falta dela promanada, traz consigo o próprio castigo nas conseqüências naturais e inevitáveis: assim, a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que haja mister de uma condenação especial para cada falta ou indivíduo.
3º Podendo todo homem libertar-se das imperfeições por efeito da vontade, pode igualmente anular os males consecutivos e assegurar a felicidade futura.
A cada um segundo as suas obras, no Céu como na Terra:
- tal é a lei da Justiça Divina."
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* XAVIER, Francisco Cândido e PIRES, J. Herculano.
Espíritos Diversos, cap. 25, p. 145, 1ª ed. da GEEM,
São Bernardo do Campo (SP) - 1974. (Transcrita na página seguinte.)
fonte:
http://www.espirito.org.br/portal/artigos/celuz/textos/tragedias-coletivas.html
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Não posso dizer que não participarei futuramente de algum resgaste coletivo... pois não sei de meus erros passados...
Contudo, minha família e a família de um primo, iriam ambas ao Circo de Niteroi naquela fatídiga tarde...
Uma dor de barriga no meu tio acabou com nossos pulos de alegria....
mal sabíamos das lágrimas de outras famílias horas mais tarde!!!
Acredito que a mensagem que podemos encontrar nas lamentáveis tragédias, é aquela na qual a Justiça Divina sempre acontece e que, se desejamos uma vida futura mais tranquila e menos dolorosa, não só para nós, quanto e talvez principalmente para aqueles que tanto amamos, devemos procurar "fazer aos nossos irmãos o que gostaríamos que eles nos fizessem" e passarmos esta mensagem, para tantos quantos estiverem ao nosso alcance!
PAZ e LUZ
Andy Sans