sábado, 4 de fevereiro de 2006

COMPANHEIROS HIPÓCRITAS

"E ficaram de espreita. Enviaram espiões que se fingiram de justos, para surpreendê-lo em alguma palavra sua..." (Lucas, 20:20).

Diz um antigo provérbio: "Não há nada de nobre em ser superior a outro homem. A verdadeira nobreza está em ser superior ao que eras anteriormente".

Na realidade, a maioria das pessoas bem-sucedidas na organização da Casa Espírita não pensa em competição, mas constantemente se perguntam: "Estou mais próximo de minha meta hoje do que estava ontem? Estou melhorando? Como posso me aproximar de meus objetivos?”.

A melhoria da qualidade de uma instituição não está no espírito competitivo, mas na convicção e no desempenho dos associados e na qualidade de seus processos criativos.

Os companheiros que se fixam em si mesmos ou em seus próprios interesses acabam desprestigiando o grupo, por serem incapazes de ver além do seu proveito pessoal. Dessa forma, os projetos de ação no bem não transcendem o imediatismo egoístico da evidência individualista.

No serviço cristão, onde engrossamos as fileiras do bem, todos somos candidatos à renovação de nossas almas. Nesse labor iluminado, Jesus Cristo comanda nossos passos na evolução.

Entretanto, onde há trabalho há antagonismo, mas para que alguém avalie com certeza e critique produtivamente a respeito determinada empreitada, precisa relacionar a quantidade do tempo de serviço vivenciado dentro dela.

Na ânsia de comandar e dirigir, mas desgostosos por sua incapacidade para tal, muitos companheiros consolam-se atirando pedras para amenizar sua vaidade ferida.

Fomentam armadilhas sondando os insatisfeitos e inconformados, formam grupetos e, como os antigos hebreus, que escolhiam uma cabra do rebanho e sobre ela lançavam seus pecados para que os carregasse, assim também hoje em dia a artimanha do bode expiatório funciona de forma análoga em muitas circunstâncias na equipe de trabalho assistencial cristão.

Muitos se atiram contra os obreiros que não acatam seu comando particular, agridem os companheiros que não seguem seu catálogo pessoal e só cooperam do cume da montanha para a base.

Geralmente, a falsidade e a adversidade, a deserção e a amargura não nascem de nossos rivais conhecidos, mas justamente daqueles que durante anos se nutriram conosco do mesmo pão e nas mesmas fontes da existência.

Os maiores ataques não partem de meios estranhos, mas sim do ambiente mais íntimo, onde a crítica áspera e a inveja, a imprudência e a ingratidão invadem a mente daqueles que convivem conosco no cotidiano. O opositor mais pernicioso é sempre o amigo desajustado.

Lealdade é uma via de mão dupla. Se usarmos de engodo e astúcia para com nossos companheiros de ideal, certamente encontraremos dentro em breve tudo isso nos caminhos da vida.

Não devemos estranhar o assédio desses irmãos transviados, se planejamos, perseverantemente, servir na Seara do Cristo.

Investirão no trabalho, acusando-nos de repressores; criticarão nossas realizações, nomeando-nos de orgulhosos; censurarão nossas interpretações evangélicas, chamando-nos de fascinados; escutarão nossas palavras de afetividade, ironizando sempre.

Não hesitemos, porém, diante do serviço do bem. Mesmo entre vibrações antagônicas, continuemos a aperfeiçoar a qualidade do serviço, tomar iniciativa e estabelecer limites com responsabilidade. Lembremo-nos de que, ante desavenças e dissensões, o tempo sempre será o mais salutar dos remédios.

(De “Conviver e melhorar”, de Francisco do Espírito Santo Neto/Batuíra – Lourdes Catherine)
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Deus me perdoe e me ajude a saber lidar com este tipo de "companheiro", porque eu ainda não aprendi!
Andy

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