"Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta. Carl Jung.
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Correntes de pensamento, psicografia e plágio - Robson Pinheiro
Segundo nos relatam as inteligências extrafísicas, o planeta Terra é um organismo vivo e pulsante; interage com as inteligências encarnadas e desencarnadas, as quais irradiam pensamentos ininterruptamente. Esses pensamentos se manifestam ora como ondas, ora como raios que partem da fonte geradora, formando uma espécie de associação, mais ou menos duradoura, com outras imagens mentais ou formas-pensamento. Essas associações têm uma duração proporcional à qualidade, à intensidade e à força que mantêm unidos tais pensamentos afins.
Entendemos, a partir daí, que os pensamentos de ordem superior, girando em torno da atmosfera psíquica do planeta, formam um cinturão de correntes mentais que abastecem as mentes encarnadas e desencarnadas que sintonizam com os elementos elevados constituintes dessas correntes.
Assim é que artistas, sensitivos, cientistas, médiuns e todos aqueles que mantêm uma atividade mental superior, desenvolvendo seus raciocínios e buscando inspirações para qualquer tipo de tarefa com objetivos nobres, acabam por sintonizar com essas correntes mentais. Pietro Ubaldi foi quem definiu melhor essas associações mentais superiores, denominando-as noúres. As noúres refletem os pensamentos de todos os seres elevados, o conhecimento universal, e se constituem na maior fonte de inspiração superior para os habitantes do planeta Terra.
O mesmo processo ocorre com os pensamentos considerados inferiores.
Conhecemos, através de várias informações dos espíritos, a capacidade de emissão de cada mente. Tais emissões se definem em termos qualitativos através das vibrações ou da freqüência alta ou baixa.
As ondas formadoras das correntes de pensamento que circundam a aura magnética dos seres humanos e do planeta são tão mais fortes quanto mais fortes e elevados forem os pensamentos e sentimentos que se mesclaram no ato mental. Ou seja: a classificação e a duração dessas ondas mentais estão subordinadas aos sentimentos e à elevação de intenções ou propósitos da mente geradora. As correntes de pensamento alcançam maior freqüência vibratória à medida que se imantam ao desejo de ajudar, esclarecer, progredir e amar.
Fica patente, então, que o poder dos indivíduos que buscam o desenvolvimento espiritual e que trabalham pelo bem, pelo amor, pelo progresso supera grandemente a condição daquelas mentes enfermiças, que ainda não despertaram para as noções de melhoramento, renovação e aperfeiçoamento. Lembremos de Gandhi, quando disse que “Se um único homem chega à plenitude do amor, neutraliza o ódio de milhões”. Desenvolvendo a reflexão com a ajuda do Mahatma, se milhares de indivíduos compreenderem que podem expressar nem que seja uma diminuta parcela de amor, em forma de cooperação, solidariedade, honestidade, lealdade, neutralizaremos o ódio daqueles que ainda permanecem ignorantes das leis da vida.
Uma das coisas que mais definem a elevação da freqüência vibratória do pensamento é o amor desinteressado. E é claro que o contrário também é verdadeiro: o egoísmo, as paixões aviltantes, a falta de sintonia com os elementos de progresso produzem um rebaixamento das vibrações dessas correntes mentais. Elas passam a formar uma espécie de egrégora, ou conjunto de formas pensamento que gravitam muito próximo à esfera física. Aqueles seres que sintonizam com a mágoa, a tristeza, a indiferença, o egoísmo e os interesses mesquinhos captam dessa egrégora elementos mentais que abastecem esses pensamentos e sentimentos desorganizados e desinteressantes para o progresso humano.
Dessa forma deduzimos quanto é valiosa a reeducação dos impulsos da alma. Selecionar o alimento mental passa a ser tão ou mais importante que escolher o alimento material. Conhecer-se para detectar a fonte das emoções desequilibradas passa a ser condição sine qua non para uma vida digna de filho de Deus, para uma existência feliz. Sentimentos e emoções como os descritos acima serão detectados, pelo ser que busca espiritualizar-se, com a máxima prontidão possível, a fim de que sejam compreendidos e transmutados. Esse exercício possibilitará uma plantação de qualidade para uma colheita com resultados compensadores.
A partir desse raciocínio podemos compreender onde se localiza a fonte de inspiração para escritores, oradores, médiuns, cientistas e outras pessoas que têm o interesse de esclarecer, incentivar o progresso e impulsionar a evolução humana. Fica mais claro como ocorre o trânsito das informações, chamadas pelos encarnados de inspiração.
Além de desenvolverem um raciocínio próprio, durante os momentos de desprendimento do corpo ou mesmo na vida intrafísica, tais indivíduos conseguem se conectar mentalmente a essas correntes mentais de ordem superior que circundam a aura do planeta. São médiuns muitas vezes inconscientes do que ocorre nesse momento sublime de conexão com os valores e os conhecimentos arquivados na memória astral do mundo.
Eis por que encontramos muitos escritores, médiuns e cientistas que, ao desenvolverem seu raciocínio, fazer suas abordagens e desenvolver seu pensamento através da escrita ou da mensagem falada, parecem se utilizar de frases inteiras ou pensamentos já vistos, expressos ou escritos. Isso ocorre porque sintonizaram com as correntes mentais circundantes da aura magnética e daí beberam diretamente na fonte de inspiração universal.
É tola, portanto, a vaidade daqueles que teimam em se considerar “os primeiros”. O conhecimento está disponível a tantos quantos, imbuídos do impulso de buscar o progresso, a beleza, o bem, o amor, se colocam em condição de sintonizar as ondas sutis que trafegam no espaço infinito, provindas dessa “biblioteca” sideral que guarda tesouros inestimáveis. Sem deixar de considerar a capacidade individual e a influência dos benfeitores espirituais, essa a razão pela qual mais de uma pessoa ao mesmo tempo, em diversas partes do globo, reivindicam uma descoberta ou a autoria de uma obra.
Nesses momentos de conexão, em que a mente encarnada ou desencarnada está sintonizada com estudos e idéias de âmbito universal, não ocorre apenas a inspiração de determinado espírito que a assiste; acontece que a mente que se conecta com o conteúdo esparso nas ondas de pensamentos superiores absorve indistintamente o conhecimento arquivado nos arquivos sutis da luz astral. Por isso é que muitas vezes identificamos muitos pontos de vista exatamente iguais, expressos nas psicografias, uma vez que, em estado de transe, o sensitivo expande sua consciência e se abastece diretamente nessa fonte inesgotável.
Como existem outros sensitivos e muitos outros médiuns, escritores e artistas, cientistas e pensadores que também se elevam vibratoriamente a essas freqüências superiores, eles também se acham como que mergulhados nesse oceano de idéias. Seus trabalhos, seus raciocínios e suas deduções e interpretações de forma alguma poderão ser considerados originais no sentido de que provém deles unicamente a idéia central. Mas, em se considerando a realidade dos fenômenos psíquicos inerentes a todos os humanos encarnados e desencarnados, podemos entender melhor o pensamento do codificador do espiritismo quando nos fala a respeito da universalidade dos ensinamentos dos espíritos. Isso ocorre quando médiuns diferentes, ou pessoas diferentes, sem se conhecerem, costumam apresentar trabalhos e raciocínios, mensagens e idéias comuns e muitas vezes empregando as mesmas palavras e até frases inteiras. É que a fonte de inspiração foi a mesma. Uma vez conectados com essas correntes mentais superiores, em estado de transe ou de expansão da consciência, além de serem inspirados diretamente por entidades extrafísicas, alcançaram esses domínios da mente, os registros mentais, e neles mergulharam durante o processo de desdobramento de suas atividades, no desenvolvimento de sua obra.
Essa visão mais ampla do processo de inspiração contribui para compreendermos fatos como o que ocorreu com Jesus, que pareceu repetir alguns ensinamentos vindos antes dele e expressos nas pregações de Buda, Sócrates e outros representantes do pensamento evolucionário da humanidade. É que estavam ligados mentalmente à mesma fonte, na qual abasteciam suas mentes e de onde tiravam sua mensagem. Algo semelhante encontraremos nos escritos de Allan Kardec, quando o eminente Codificador expressa alguns pensamentos e raciocínios atribuídos a ele, mas que encontramos em escritos e trabalhos desenvolvidos antes dele por outros autores. O mesmo ocorre com médiuns que psicografam mensagens, e depois encontramos os mesmos elementos expressos em outros escritos. Muitas vezes por ignorar o processo mental de sintonia fina no qual se encontram no momento do transe, deduzimos ser plágio. Desconhecemos muitas vezes que essas correntes de pensamento superiores podem ser acessadas mediante maior ou menor concentração mental e por causa da identidade de interesses.
No processo mediúnico, por exemplo, o médium não somente está em sintonia com o espírito que o assiste no momento, como também apresenta suas faculdades e paracapacidades mais dilatadas. Isso faculta ao sensitivo entrar em sintonia com os registros siderais nos quais estão impressos os pensamentos e raciocínios. Isso ocorre também entre todos os escritores e artistas, os quais, ainda que não sejam espíritas, são médiuns inspirados, que produzem seu trabalho, muitas vezes parecendo aos ignorantes ser uma cópia de outros anteriores, demonstrando ser a comprovação da existência de uma fonte de inspiração universal, sublime, extracerebral.
Palavras iguais ou semelhantes, frases completas e muitas vezes textos apenas com pequenos detalhes diferentes são traduzidos em mensagens de encarnados ou desencarnados, retratando a realidade daquilo que Salomão disse há mais de 2300 anos: Nada há de novo debaixo do céu…
De forma alguma excluímos a possibilidade de que existam indivíduos que agem com má-fé, copiando trabalhos alheios e tomando a si sua autoria. Todavia, conhecendo a realidade das correntes mentais, talvez não seja tão difícil distinguir entre os inescrupulosos e aqueles que têm acesso aos conteúdos sutis. Talvez baste pesquisar a biografia do sujeito em questão, a contribuição que tem oferecido às comunidades de que participam, a folha de serviços prestados, o conjunto da obra. Como deduzir que age com deslealdade aquela pessoa, o médium, artista ou cientista que mostra possuir valores nobres, dignidade e um conjunto de serviços sobejamente conhecidos?
Difícil é compreender a lamentável atitude de alguns companheiros do movimento espírita, ao lançarem palavras ofensivas a determinados trabalhadores, como fizeram com Divaldo Pereira Franco, ao dizerem que estaria plagiando Chico Xavier. Creio particularmente que essa é uma atitude ignorante no verdadeiro sentido da palavra, por desconhecerem, rejeitarem qualquer explicação e não pesquisarem a respeito de assuntos tão complexos, mas absolutamente importantes para o entendimento do processo mediúnico e paranormal.
Contudo, se podemos explicar tal fato pela ignorância de determinados fenômenos, não podemos aceitar as críticas hostis a um companheiro que tem dado mostras constantes de dignidade e de valor. Isso não é mais ignorância: é falta da caridade mais básica e essencial, falta de respeito.
No mesmo movimento espírita, opiniões divergentes têm sido também motivo para ataques pessoais. Nesse caso, já observamos a necessidade de se estudar o Codificador e se mirar em seu exemplo, homem cujas disputas não saíam do terreno filosófico e intelectual e jamais adentravam o da ofensa pessoal. Mas é também Allan Kardec que deu o exemplo de indivíduo portador de curiosidade saudável, que o levava a pesquisar com método tudo o que desconhecia.
Sem dúvida, conhecer um pouco mais a respeito da realidade energética nos auxiliaria a compreender melhor situações que ora desconhecemos e que, por isso, nos despertam a visão preconceituosa.
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Ouça os programas do autor Robson Pinheiro:
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